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  • Foto do escritorAntonio Mário Bastos

Senhor Candidato eu queria votar em você, mas...

Senhor Candidato,

Eu não gosto muito de ficar em frente à televisão, principalmente para assistir Programas Eleitorais, quer seja em tempos de eleição quer não.

Muito embora tenha me esquivado de assistir tais propagandas, aqui acolá me deparo com ‘chamadas’ inesperadas na telinha. Inevitável, né mesmo?!

Por outro lado, como gosto de visitar redes sociais e até participar, tenho visto e escutado propagandas eleitorais de toda espécie: algumas inteligentes e compreensivas; outras, além de ininteligíveis, apelativas - sem qualquer controle de qualidade na gravação ou no conteúdo - e, por vezes, desrespeitosas ao público já que essas redes sociais são acessíveis desde juvenis, adolescentes até anciãos.

Deixemos de lado, por enquanto, esse senão de qualidade das propagandas e de respeito ou desrespeito ao público, quando isso vier a se configurar, óbvio.

Senhor Candidato, eu até preferia votar no senhor, mas...


quando o senhor alegara que mandou calçar a rua onde meu avô morou; que conseguira fosse instalado serviço de atendimento de água e energia em povoados; que determinara a recuperação de estradas, caminhos e corredores, e que, por conta disso, merecia os votos de quem morava naquela rua e naqueles povoados atendidos, dos proprietários de veículos, dos tangedores de gado, como se não fosse sua obrigação promover o saneamento básico e a manutenção dos bens do município.......

quando o senhor dissera que mandou pintar todas as escolas dos povoados e distritos, colocar carteiras novas, lousas novas, computadores e internet, e que, por conta disso, os pais dos alunos tinham a obrigação de lhe dar um voto nestas eleições, como se não fosse sua obrigação gerir o município e promover políticas públicas que o dinheiro de arrecadação do impostos e taxas proporciona a qualquer gestor.......

quando o senhor dissera que o seu sucessor não fez o dever de casa da mesma forma com que o senhor administrara o município, no exercício do cargo político ora pretendido, insinuando fosse obrigação de um novo gestor copiar as façanhas do seu antecessor, ser dele um títere ao seu mando ou um devedor contumaz por ter sido indicado pelo senhor, como se não fosse sua obrigação deixar que o seu sucessor tivesse a liberdade de governar com base nas suas próprias convicções.......

quando o senhor dissera que, mesmo não exercendo cargo executivo, conseguira carrear equipamentos de trabalho e projetos de desenvolvimento para o município ou mesmo atendera a solicitação de pessoas que necessitaram da sua orientação e conhecimento, e que, por isso mesmo, essas pessoas atendidas lhe deviam gratidão por tais conquistas e/ou acompanhamento, por conseguinte estariam obrigadas a lhes agradecer com um voto no pleito eleitoral, como se prestar assistência a um necessitado ou carrear riquezas para o município fosse um mero favor e não obrigação de quem almeja gozar da primazia de levar o seu nome à discussão político-eleitoral com vistas a exercer mandato eletivo, espancando de vez o velho bordão – “fazer o bem sem olhar a quem”.......

quando o senhor viera a público simplesmente apontar erros de gestores atuais e/ou anteriores, sem sequer demonstrar no seu Plano de Governo quais soluções apontaria para resolução dos problemas não resolvidos, como se não fosse sua obrigação dizer aos munícipes quais suas propostas para reparar cada ato atacado dos seus antecessores.......

quando o senhor pusera como ação propositiva, no seu Plano de Governo, dialogar e receber classes representativas de qualquer dos setores, econômico ou laborativo, como se não fosse obrigação do governante ouvir as classes sociais, sejam elas produtivas ou não.......

quando o senhor se autoplocamara o candidato mais sério e mais preparado para governar seu município, em certos trechos propondo apelidos e defeitos aos seus concorrentes – alguns mesmos de caráter pejorativo e depreciativo – sem sequer respeitar as famílias desses seus concorrentes, como se não fosse sua obrigação respeitar a contenda eleitoral em qualquer nível, se pautando pela verdade, pelo tom amistoso e pacificador, deixando de fora da refrega pessoas que nada tem a ver com a disputa de votos.......

quando o senhor alegara que famílias e mais famílias estavam sendo atendidas diretamente no aparelho hospitalar municipal, sem a necessidade de deslocamentos para outras praças de atendimentos mais especializados – inclusive para um simples ‘parto normal’ -; que atendimentos médico-odontológicos e fornecimento de próteses foram uma novidade apenas no seu governo, como se não fosse obrigação do poder público prover essas necessidades aos cidadãos e, por conseguinte, também sua obrigação de gerir e disponibilizar esses atendimentos.......

quando o senhor alegara o crescimento de movimentação financeira nos estabelecimentos comerciais, de crédito e/ou correspondentes do município, oriundo de rendimentos de aposentadorias – direito legítimo e constitucional do cidadão – querendo transparecer que uma parte dessa classe trabalhadora ou produtiva gozasse desse direito somente por conta dos seus préstimos pessoais a esses cidadãos, como se um favor fosse e não sua obrigação de, como formador de opinião, ao menos, esclarecer e encaminhar munícipes para exercer a legítima cidadania e pugnar pelos seus direitos.......

quando o senhor exercera a governança, quer pública quer coletiva, como se um feudo seu o fosse, privilegiando seu ‘chegados’ ou aqueles que formam claque e tecem loas em seu favor, fornecedores ou sociedades ricas, sem ouvir o clamor da sociedade e dos munícipes, especialmente os mais necessitados, em detrimento de atender ao público/coletivo miúdo, diário e necessário, como se aquele poder ou órgão fosse uma pertença sua e não de todos que deles fazem parte ou devam fazer.......

quando o senhor permitira que apoiadores exercessem atitudes pouco aceitáveis, algumas de cunho depreciativo, outras de galhofa, outras até mesmo de intimidação, podendo levar possível pânico à sociedade na escolha de candidatos, sem que o senhor, publicamente, viesse a condenar tais atitudes e/ou passar reprimenda a esse tipo de comportamento, lavando as mãos – como se diz popularmente – como se não fosse obrigação de qualquer candidato, ao tomar conhecimento de atos dessa natureza, coibir e até mesmo levar ao conhecimento das esferas policiais e judiciais no sentido de apuração e punição cabíveis.......

quando o senhor, sob o manto de partido político, de organismos representativos de classes laborativas, ou não, tentara a qualquer custo obstar a candidatura dos seus concorrentes, ora permitindo que se espalhasse notícias falaciosas, ora apontando situações jurídicas não apreciadas até sua fase final - direito assegurado constitucionalmente a qualquer investigado ou denunciado - ou mesmo quando o senhor, em sendo um possível destinatário da vontade de outrem em obstar candidaturas, tenha se pautado em informações incompletas e temerárias, sem demonstrar a verdade de forma clara, o que possibilitaria uma contenda jurídica sobre o resultado do pleito eleitoral, como se não fosse obrigação de qualquer candidato se espelhar na verdade e na conduta ilibada perante os eleitores que tem o direito-obrigação de decidir sobre o que de melhor se apresenta para governar o município.......

Pois bem, Senhor Candidato, quando tudo isso se tornou público resolvi lhe dizer que não troco o meu voto por nenhuma dessas qualidades ou realizações que você nos trouxera ao conhecimento, como se já não fossem conhecidos de todos, óbvio, dado que o público e o coletivo devem se pautar pela transparência e publicização dos atos praticados em nome dos representados.

Como o pleito eleitoral ainda vai ocorrer no próximo dia 15 deste mês corrente - domingo, ficarei aguardando que o senhor se redima de todos esses ‘pecados’ e, quem sabe, até lá o senhor me convença e eu decida apertar dois ou cinco algarismos para sufragar meu voto em seu favor.

Um eleitor esperançoso de dias sempre melhores para o seu Município, para o seu Estado e para o seu País! Tonho do Paiaiá, em tempo de Eleições Municipais - Novembro de 2020

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